Fiscal do Ibama é flagrado recebendo propina para anular multa ambientais
Segundo a polícia do Mato Grosso, o fiscal teria pedido R$ 80 mil a uma empresária para anular uma multa de mais de R$ 2 milhões. Toda a negociação foi gravada pela vítima. Luis Carlos Prestes vai responder por corrupção passiva e peculato.
O servidor do Ibama foi surpreendido pelos agentes federais na saída de uma empresa. De acordo com as investigações, Luis Carlos Prestes carregava nas mãos a prova do crime: R$ 20 mil em dinheiro.
Segundo a polícia, o fiscal teria pedido R$ 80 mil a uma empresária para anular uma multa de mais de dois milhões. Toda a negociação foi gravada pela vítima. Nela, o fiscal afirma que outras quatro pessoas estão envolvidas no esquema.
Diálogo entre o criminoso e a empresária:
Servidor: Tem a compensação financeira que eles querem.
Empresária: E o que eles pediram?
Servidor: Eles pediram 80.
Empresária: 80 mil?
Servidor: É. São 2 milhões e 300 de multa, né?
Empresária: E vocês tão pedindo 80 mil?
Servidor: É, que aí entrega na sua mão o processo. Aí você queima, rasga.
Empresária: E o que eles pediram?
Servidor: Eles pediram 80.
Empresária: 80 mil?
Servidor: É. São 2 milhões e 300 de multa, né?
Empresária: E vocês tão pedindo 80 mil?
Servidor: É, que aí entrega na sua mão o processo. Aí você queima, rasga.
Luis Carlos vai responder por corrupção passiva e peculato -- que é o crime praticado por servidor público contra uma instituição pública. Se condenado, ele pode pegar até 12 anos de prisão. Para a Polícia Federal e o Ibama as provas são contundentes
“Infelizmente é triste de ver que isso ainda continua acontecendo. Eu fico envergonhado em nome do Ibama quando assisti as provas, as filmagens e o áudio que existem”, diz Ramiro Martins, superintendente do Ibama do Mato Grosso.
O advogado do servidor preso disse que só vai se pronunciar quando tiver acesso ao inquérito.
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